Alimentos orgânicos, espiritualidade, diversidade cultural e consumo responsável: tecendo uma rede no Vale
Está sendo tecida uma rede no Vale do Sinos. São agricultoras/es orgânicos, produtoras/es e artistas locais, espiritualistas e consumidoras/es; pessoas, organizações e coletivos que já realizam ações de permacultura, agrofloresta, reiki, parto natural, feiras e comércio online, muralismo.
Dialogando e escrevendo juntas/os, nasceu o projeto para realização de feiras e vivências no Vale do Sinos. Para viabilizar uma parte do projeto, enviamos a proposta para o edital da Fundação Luterana Diaconia (FLD) no dia 17 de abril.
O formulário da FLD exigia pouco texto. Então, registro aqui as atividades propostas para esta ação em rede:
- Uma feira mensal com alimentos orgânicos, artes e artesanato sustentável; com apresentações culturais locais e aplicação de reiki, 2 oficinas e uma roda de conversa; com gestão de resíduos, incluindo coleta de óleo de cozinha e outros itens de descarte para reciclagem/ reaproveitamento.
- A estrutura da feira será em bambu e lona.
- Possibilidade de ter banheiro seco.
- As feiras serão em Novo Hamburgo e haverá, pelo menos, uma feira em outra cidade do Vale do Sinos buscando constituir um outro espaço periódico de comercialização organizado por pessoas desta cidade.
- Em Novo Hamburgo, indicativo da feira ser realizada na Praça da Bandeira.
- Vivências: realização de, pelo menos, 3 ações de vivência de:
- Agrofloresta: num sítio em Campo Bom com plantio de 30 mudas de árvores nativas.
- Permacultura: no DaTerra, em Estância Velha, para confecção de banheiro seco ou outra tecnologia a ser priorizada pela rede.
- Espiritualidade: no Centro Espiritual Pachamama, em Novo Hamburgo.
- Muralismo: em espaço público de Novo Hamburgo.
- As vivências serão de um dia, com participação aberta e convite para movimentos sociais.
- Fundo Solidário: para garantir a sustentabilidade das ações da rede, será criado um fundo com a comercialização de camisetas e canecas nas feiras e vivências. Também comporá o fundo, as doações recebidas pelas sacolas oferecidas nas feiras.
- A cada mês será apresentada prestação de contas do fundo.
Outra ação, que perpassará as atividades da rede, será o conhecimento e possibilidade de uso de moeda social. Em Novo Hamburgo já temos a moeda Pampa Vivo e esta experiência está presente na rede.
Além de termos as barracas feitas com bambu, teremos oficina de como fazer a própria barraca. Assim, se a feira aumenta ou se outras iniciativas querem também usar esta tecnologia, o conhecimento será compartilhado.
O mesmo para as sacolas: Antes das feiras iniciarem, vamos produzir sacolas a partir de camisetas. Estas sacolas serão dadas na feira e, quem quiser, pode doar um valor para o Fundo Solidário.
São as práticas de economia solidária tendo novos brotos nestas terras.
A busca do bem viver ampliado enraizado em ações e relações.
Saber viver e saber conviver: com os outros, com a comunidade, com a Divindade, com a Mãe Terra, com suas energias presentes nas montanhas, nas águas, nas florestas, no sol, na lua, no fogo e em cada ser. Uma economia não da acumulação de riqueza, mas da produção do suficiente e do decente para todas/os, respeitando os ciclos da Pacha Mama e as necessidades das gerações futuras. Uma perspectiva, nascida na periferia do mundo, com toda sua carga utópica, se dirige a todas/os, pois é uma tentativa de resposta à crise atual. Ela poderá garantir o futuro da vida, da humanidade e da Terra. (Leonardo Boff)